O calor de um novo dia misturava-se com os ruídos da cidade já completamente acordada. Morta de cansaço, sentindo-se mais viva que nunca, "Fá" admirava a cidade do seu miradouro privilegiado, num último andar numa das zonas altas onde se situava a "sala de chuto" da empresa.
O café e o cigarro eram rituais de iniciação a cada novo dia, mas hoje, Lisboa parecia-lhe mais viva. Ou seria ela?
Tinha a última noite tão presente que, se fechasse os olhos, conseguia sentir-se junto ao mar, esquecer a hora que passara na fila da A5, O pequeno almoço tomado à pressa, até o beijo nas costas do estranho que dormia. Não houve despedida nem ela o quis. Saiu sorrateiramente sem olhar para trás. Queria guardar as memórias daquela noite sem ter que as misturar com uma despedida.
Conservava vivas as recordações de tudo o que se passara desde que o seguira até ao hotel, a forma como sentira as palmas das mãos suadas e frias enquanto ele seguia na direcção do quarto sem olhar para trás. Agarrou numa vela dirigiu-se para a varanda, acendeu-a. De frente, o mar. Omnipresente, calmo, a reflectir o luar.
- Vou pôr-me à vontade. Se te apetecer faz o mesmo.
Ficou parada sem saber o que fazer. Lá dentro, ele despiu-se, "enfiou" uns calções, tirou uma garrafa de champanhe, dois copos, abriu-a, serviu e deitou-se na cama de rede.
- Ainda não me contaste a cena no fim de semana. Desconfio que deve ser interessante...
posso ler mais na próxima crónica, sff?
ResponderEliminaresta está curtinha.