quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

#9



Lisboa fica com uma luminosidade mágica ao pôr-do-Sol. A forma como reflete a luz quente era algo que ela não apreciava com aquele espirito havia muito tempo. Tomava noção de como certos estados de espirito nos podem atrofiar no que diz respeito a apreciar momentos simples como aquele.


O regresso fora feito quase em silêncio. Uma mistura de cumplicidade e tensão. Amélia estava a abri-lhe portas que, até certa altura, não estava certa de querer transpor. Sentia, a cada dia que passava, esse sentimento a esbater-se. Várias vezes ao longo do fim de semana sentira vontade de beber a vida até à ultima gota como se não houvesse amanhã. Sentira-se viva de uma forma que já nem recordava que existia. Perguntava-se se alguma vez tinha existido...


Uma festa na cara e ao longo do braço toruxe-a das recordações. Amélia sorria para ela. tinham acabado de chegar.


- Vamos tomar uma banhoca rápida e despachar se não, jantamos às tantas. Se calhar o melhor é partilharmos o duche. Assim é mais rápido.


A perspectiva de ter Amélia com ela no duche provocou em Fá uma reacção muito diferente da primeira vez que ali chegara.


Estava já a tomar banho quando ela entrou. Sem dizer nada, ela tomou a esponja das suas mãos e começou a ensaboar-lhe as costas ao mesmo tempo que, com a outra mão, percorria os seus ombros, costas... até ao fundo, provocando-lhe um agradável formigueiro.

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