domingo, 19 de dezembro de 2010

# 16



- Fomos passar o fim de semana a casa de uns amigos da Amélia. Aquilo é muito giro. Conheces?

- Conheço.

- Conheces? Não me  tinhas dito nada...

- É importante?

- Não, mas não me tinhas dito nada... Pensei que fosses lá de baixo...

- Nasci e fui criado aqui. Vivo no Algarve há cerca de cinco anos. Conheço essa zona desde o tempo em que quase toda a gente já tinha ouvido falar, mas quase ninguém sabia onde era. No tempo em que não era "bem" lá ir ou ter lá uma casa. Hoje em dia foi invadido e não há "tio" que se preze que não tenha lá uma "casita". Deixei de lá ir por causa disso. Continua. Já não precisas de descrever as maravilhas naturais. Descreve só as outras.

- Aquele grupo é completamente doido...

- Então?

Algo tensa, foi contando a tarde na praia, o tipo de clima de sedução permanente que se vivia naquele grupo, o jantar, a ida para a piscina...

- Como?

- Já te disse. Ela tirou-o para fora e começou a brincar com ele à frente de toda a gente...

- Não estou a ver, é melhor exemplificares.

- Aqui?...

- Se fosse dia eras capaz de ter razão, ainda podia passar alguma gaivota e ver. Mas de noite... Já sei! É do enquadramento. Queres ir mostrar-me como foi à beira da piscina do Hotel. Certo?

A verdade é que uma coisa era deixar-se tocar, outra era tomar a iniciativa. Não encontrava razão para não o fazer. Era para isso que ali estava. No entanto, algo parecia prender-lhe os movimentos. Por outro lado, a visão dele, estendido na rede, era demasiado tentadora. Imaginara, demasiadas vezes, cenas escaldantes de sexo com aquele desconhecido que agora olhava para ela. Adivinhava-lhe uma ligeira erecção por debaixo dos calções.

Tão calmamente quanto conseguiu, descalçou-se, ajoelhou-se ao lado da rede e olhando-o nos olhos, começou a percorrer ao de leve aquele alto que se formara, de repente, nos calções dele.

- Podes meter a mão lá dentro. Não morde.

"Encheu-se de coragem" e tirou-o para fora e ficou a brincar com ele, a sentir-lhe a textura, a consistência, o cheiro. À medida que a sua mão passeava para cima e para baixo, sentia um calor por si acima e uma enorme vontade de lhe conhecer o sabor.

Beijou-o suavemente desde a base até à cabeça, arrancando-lhe o primeiro suspiro, quando a envolveu. Ficou a saboreá-la enquanto a mão continuava para cima e para baixo.

- E a seguir? O que é que aconteceu?

Certas perguntas, na altura certa, são como deitar gasolina na fogueira. Há horas que ela desejava  aquilo e quanto mais o imaginava, mais o desejava. Passou a perna por cima e começou a brincar com ele, virada para o mar.

- Estás a contar-me mal. A tua amiga estava nua...

- É importante?

- Quero ver esse cú enquanto te enterras nele.

- Não comeces com ideias...

- Está "avariado"?

- Não gosto.

- Já experimentaste?

Gradualmente, começou a enterrar-se nele.  Era uma sensação estranha sentir aquele caralho, até aí desconhecido, a subir, a desvendá-la... O segundo que ela conhecia. Passou-lhe por instantes uma imagem da primeira vez, imediatamente afastada à medida que sentia a cabeça a subir e a descer e a bater no "tecto" quando subia. Arrancou o vestido e abandonou-se.

Por algum tempo não existiu mais nada. Apenas ela, o mar, a recordação que tanta tesão lhe dera e aquele gajo que ela "montava" à sua vontade e que a "enchia" de cada vez que se sentava nele.

Começou a sentir arrepios mais intensos alastrarem por todo o corpo, enquanto entre as pernas, de rompante e sem permissão, se instalou uma sensação premente que vibrava, a acariciava e a fazia estremecer. Sentia urgência para alcançar o máximo dessa sensação, ao mesmo tempo que tentava prolongar o que sentia no momento… Uma consciência mais intensa fê-la senti-lo dentro de si, a pele, o cheiro, a respiração, e não conseguindo e não querendo controlar-se entregou-se às convulsões que a empurravam para uma explosão, libertando-se em espasmos cadenciados e consecutivos.

Ainda com a cena da piscina na memória,  saiu de cima dele e engoliu-o de uma vez. Queria provocar o final que lhe ficara a bailar na mente.

Sentiu pela primeira vez na boca o sabor agri-doce, estranho mas agradável. Partilhou-o com ele num beijo prolongado. Ficaram a olhar-se nos olhos até que ele disse:

- É melhor deixares-me ir lá abaixo apanhar o vestido...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

#15

O calor de um novo dia misturava-se com os ruídos da cidade já completamente acordada. Morta de cansaço, sentindo-se mais viva que nunca, "Fá" admirava a cidade do seu miradouro privilegiado, num último andar numa das zonas altas onde se situava a "sala de chuto" da empresa.

O café e o cigarro eram rituais de iniciação a cada novo dia, mas hoje, Lisboa parecia-lhe mais viva. Ou seria ela?

Tinha a última noite tão presente que, se fechasse os olhos, conseguia sentir-se junto ao mar, esquecer a hora que passara na fila da A5, O pequeno almoço tomado à pressa, até o beijo nas costas do estranho que dormia. Não houve despedida nem ela o quis. Saiu sorrateiramente sem olhar para trás. Queria guardar as memórias daquela noite sem ter que as misturar com uma despedida.

Conservava vivas as recordações de tudo o que se passara desde que o seguira até ao hotel, a forma como sentira as palmas das mãos suadas e frias enquanto ele seguia na direcção do quarto sem olhar para trás. Agarrou numa vela dirigiu-se para a varanda, acendeu-a. De frente, o mar. Omnipresente, calmo, a reflectir o luar.

- Vou pôr-me à vontade. Se te apetecer faz o mesmo.

Ficou parada sem saber o que fazer. Lá dentro, ele despiu-se, "enfiou" uns calções, tirou uma garrafa de champanhe, dois copos, abriu-a, serviu e deitou-se na cama de rede.

- Ainda não me contaste a cena no fim de semana. Desconfio que deve ser interessante...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

#14

Fá tentava pôr as ideias em ordem. Algo um bocadinho "complicado" com os olhos daquele "quase desconhecido" pregados nela, e o dedo dele a explorar zonas onde até aí, só o obstetra se tinha aventurado. Na verdade, a sensação de estar "na mão dele" estava a fazê-la corar de tesão. 

- Por onde queres que comece?

- Quem é que andou aqui a mexer?

- A minha amiga...

- A da depilação?

- Aquela em cuja casa estou a viver por agora.

- "Amélia" de seu nome, tanto quanto julgo saber... Essa tinha vontade de a "mamar" desde que foste lá para casa. 

- Achas?

- Nãaoooo... Quando te depilou deu-te um beijinho na cona como ritual de amizade. Costumas fazer isso às tuas amigas, certo?

- Não sejas parvo...

- O que é que ela te fez?

- Estávamos a tomar banho e...

À medida que ia contando o que se tinha passado, começava a sentir espasmos a percorrê-la a partir do baixo ventre. Sem deixar de a olhar, ele enfiara mais um dedo "obrigando-a" a abrir-se um pouco, ao mesmo tempo que o polegar brincava com o "botãozinho" que entretanto estava todo de fora a pedir uma parte dos "mimos".

- ... quando dei por isso já a língua dela fazia coisas que eu nem sabia que existem...

- Mamou-te esta coninha toda, não foi? Gostaste?

- Adorei...

- Vieste-te na boquinha dela?

- Toda...

- Como te vais vir agora?

- Huummm...

- Pouco barulho! Está quieta. Não dês nas vistas.

- Não consigo...

- Vou parar.

- Não pares...

- Portas-te bem?

- Sim...

Puxou-o para si, abraçou-o, e deixou os espasmos percorrê-la. Não quis saber se estava numa esplanada com gente, ou numa ilha solitária. Mordeu-lhe um ombro para não fazer barulho.

Ficou um pouco abraçada a ele sem conseguir dizer nada. Na verdade queria que aquele momento não acabasse. Olhou à volta. Achou que o casal na mesa mais perto se tinha apercebido de alguma coisa, mas esses, estavam mais interessados um no outro. Quanto ao resto, estavam mais longe e pareciam não ter dado por nada. arranjou coragem para o olhar. Encontrou um sorriso meio trocista, todo "filho-da-puta".

- És a primeira que se vem no primeiro abraço. Foi do perfume?

- Cabrão!!

- A sério, amiga, tinha-te prometido que te fazia vir em público, lembras-te?

- ...


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

#13

Um turbilhão de pensamentos e sensações percorria-lhe a mente impedindo-a de pensar claro.
Conseguia ver o olhar inquisidor fixo no seu, sentia a mão tomar conta de tudo enquanto um dedo  explorava.
A pedido dele  viera sem cuecas e agora via-se dominada pela mão daquele estranho que lhe ordenava que abrisse a mente para além das pernas.
- Que estás a fazer?
- A enfiar-te o dedo na cona. Se quiseres tiro…
- …
- Quando disseste que eras a minha puta era a sério? Ou foi só porque te deu tesão?
- Não sei… Acho que me deu tesão… Ser a tua puta…
- E agora já não dá?
-Dá…
- Ainda bem. Tiro o dedo, ou posso ficar a sentir-te enquanto me contas quem andou aqui a mexer?
-O que queres saber ao certo?
- Podemos começar por aí. Foi algum dos amigos da tua amiga?
- Não!...
- Então?
- Foi ela…
- Não me disseste se queres que tire o dedo.
-… Queres tirar?
- Isso é outro assunto. Perguntei o que tu queres.
- Deixa estar…
- Não te quero a fazer “frete”…
- Deixa…
- Como é que se pede?
- Por favor…
- Conta-me tudo.

#12



A estrada do Guincho acabou quase sem dar por isso. Quando deu por si estava a chegar. O lugar escolhido, uma esplanada sobre a praia do Guincho, era um sitio bastante concorrido nas noites de Verão. Não sabia se isso a desagradara ou aliviara. Agora era só descobrir a "personagem".


Passou breves minutos que pareceram horas a tentar identificar alguém que apenas conhecia de poucas fotos e nada... Tinham combinado na esplanada, aquela hora e ninguém dos presentes correspondia à imagem que guardava.


- Estás muito formal. Vieste directamente do trabalho ou vais jantar com alguém importante?


As palavras sussurradas ao ouvido, por detrás de si fizeram-lhe perder a força nas pernas, mas não desarmou.


- Estava à procura de um "senhor" daqueles que não deixa uma senhora plantada à espera dele, mas já que ele não veio podes ser tu..., disse olhando o mar, sem se virar para trás.


Ele chegou-se o suficiente para o sentir contra si, bem como o calor no ouvido quando falou.


- Estava a observar-te... A tentar tirar uma conclusão a teu respeito. Sabes que hoje, todo o cuidado é pouco...


- Cabrão...


Virou-se e encontrou a boca com que tantas vezes fantasiara à sua espera. Foi um beijo misto de urgência e vontade de saborear. Não muito intenso mas suficientemente demorado para ambos sentirem na pele a reacção do outro.


O jantar decorreu agradável mas tenso. Depois daquele beijo não mais se tocaram. Mário recostava-se para trás enquanto a observava atentamente. A certa altura dera-lhe a sensação de que ele evitara um contacto por debaixo da mesa. Se por um lado isso estava a desorientá-la e a deixá-la insegura, por outro, o ar atento e "guloso" com que ele a observava estava a dar-lhe tesão. Mais do que imaginara numa situação daquelas. Deu consigo a imaginá-lo a dar-lhe comida à boca como num filme que vira há muito tempo, mas na verdade, o que ele fazia era encher-lhe o copo com "eficácia".


Para o café trocaram a mesa mais resguardada por uma mais perto do mar onde já não se enfrentavam.


- Passaste o jantar todo a olhar para mim...


- Desagradou-te?


- Não...


- Estava a imaginar-te por debaixo desse vestido... Tens estado a falar de trivialidades o tempo todo. Estava a tentar perceber quando é que ias largar a capa.


- Que queres dizer com isso?


- Que acho que os últimos tempos tem sido muito mais interessantes do que me estás a contar.


- Nem por isso...


A mão mergulhou ágil por entre as pernas, vestido acima agarrando-a despudoradamente. Não sabia se corava de tesão ou por outra razão qualquer.


- Sou eu que te estou a perguntar. Desde quando tens segredos para mim?


Naquele momento sentiu-se "na mão dele". Com um movimento deitara-lhe as defesas por terra. Estava vulnerável e a adorar...


- Que queres saber?


-Tudo...

#11



- Bom dia, alegria ;)

- Bom dia, tesuda... Estás bem?

- Muito bem, e tu?

- Que é uma maravilha Que tens andado a fazer que não me ligas nenhuma? ;)

- Estou cheia de trabalho e ainda bem porque assim não penso muito.

- Sonsa!! :)

- ??

- E mentirosa...

- Pq dizes isso? :)

- Ainda não me contaste o fds com a tua amiga como prometeste. Estão a dar-se bem?

- Como nunca imaginei ;)

- Já a comeste..?

- Eu? Coitadinha de mim :)

- Então comeu-te ela a ti eheheh

- Doido :)

- Mentirosa!! Chiba-te!! :)

- Brincámos um bocadinho...

- ...

- ??

- Estou à espera...

- Um dia conto-te, cara a cara...

- Parece-me bem hihihihi

- Sim?

- Amanhã chego aí ao fim da tarde. Vou ficar dois dias :)

- Pode ser que arranje um bocadinho... ;)

- Sonsa!! :)

- Não sou nada...

- Vou mamar-te essa coisa boa, fazer-te vir na minha boca...

- Já não é novidade...

- Puta!! :) Vais contar-me tudo enquanto te como :)

- Mas é para me comeres ou para ficar na conversa? :)

- Logo vês ;)


Fá revia mentalmente a conversa do dia anterior enquanto conduzia pelo transito do fim da tarde para se encontrar com o "amigo". Havia mais de um ano que começara a falar com ele. Desenvolveram uma cumplicidade despreocupada pelo anonimato e pela distância. A eminência do encontro provocava-lhe um misto de pânico e tesão.

#10



O ambiente à mesa estava algo pesado, mas bom.


Amélia olhava-a e sorria. Fá ia comendo distraidamente não conseguindo tirar da cabeça o que se tinha passado há minutos.


Deixou que ela lhe desse banho, devagar, pormenorizadamente... Agarrou na esponja e fez o mesmo. Nunca tinha explorado daquela forma o corpo de outra mulher. A certa altura passou a esponja para a outra mão e ensaboou-lhe a vulva com a mão nua. A tesão que isso lhe deu foi ao ponto de a "acariciar". Ao levantar-se, depois de um momento a olharem-se nos olhos, trocaram um beijo que rápidamente evoluiu para uma busca desenfreada pelos corpos e bocas uma da outra.


Acabaram por sair da banheira, enrolaram-se nos "toalhões" e foram para o quarto de Amélia. Ninguém disse absolutamente nada mas ambas sabiam o que ia acontecer.


Amélia tirou-lhe a toalha com meiguice, recostou-a na cama e começou a percorrê-la com a língua. Primeiro o pescoço, depois o peito... Os mamilos de Fá estavam espetados e duros disfrutando daquela boca que os beijava, chupava, lambia... como alguém que gosta que lho façam é capaz de fazer. Fá estava "desorganizada". Não podia dizer que nunca lhe tinha passado pela cabeça, mas a ideia de ter outra mulher, ainda por cima colega de trabalho, a fazer aquilo deixava-a confusa entre o "politicamente correcto" e a tesão que se apoderava dela e não a deixava desejar outra coisa que não fosse a boca da amiga noutro lado muito concreto.


Amélia percorreu-lhe o tronco com a boca, desceu para o baixo ventre e andou um pouco a passear com a língua fazendo-a sentir-se a latejar. Depois de passar a língua pelas virilhas seguiu para as pernas. Estava a torturá-la um bocadinho. Aquela língua marota passeava pelo interior das suas coxas, uma e depois outra e nunca mais ia onde ela a desejava.


A sensação de calor húmido quando ela a envolveu causou-lhe um espasmo que a percorreu de alto a baixo, seguido de ondas de prazer, à medida que descrevia movimentos circulares à volta do seu grelinho, chupando-o depois para dentro da boca para brincar com ele mais à vontade. Por vezes sentia a ponta da língua a penetrá-la ligeiramente fazendo-a abrir-se, o que a punha ainda "pior".


A boca dela envolvia-a e fazia-a sentir-se "manietada", fora de controlo.


Olhando para ela com um sorriso de "cabra", abriu uma gaveta e tirou um "brinquedo" e um preservativo que lhe colocou, começando a brincar com ele à entrada daquele buraquinho sequioso enquanto a língua continuava a fazer o seu "trabalho".


O "brinquedo" não era grande mas tinha consistência. A sua manipulação mais o efeito da língua rápidamente produziram o seu efeito. Fá não conseguia estar quieta. Amélia sabia o que aí vinha e aumentava a velocidade e a intensidade, tanto com o "dildo" como com a língua. Em pouco tempo vieram os espasmos e a sensação de orgasmo que lhe percorreu todo o corpo com uma intensidade que a fez perder as forças. Deu consigo a dizer:


- Devia ser proibido sentir tanto prazer....

- Proibido? Devia era ser obrigatório, amiga... Vamos jantar?

#9



Lisboa fica com uma luminosidade mágica ao pôr-do-Sol. A forma como reflete a luz quente era algo que ela não apreciava com aquele espirito havia muito tempo. Tomava noção de como certos estados de espirito nos podem atrofiar no que diz respeito a apreciar momentos simples como aquele.


O regresso fora feito quase em silêncio. Uma mistura de cumplicidade e tensão. Amélia estava a abri-lhe portas que, até certa altura, não estava certa de querer transpor. Sentia, a cada dia que passava, esse sentimento a esbater-se. Várias vezes ao longo do fim de semana sentira vontade de beber a vida até à ultima gota como se não houvesse amanhã. Sentira-se viva de uma forma que já nem recordava que existia. Perguntava-se se alguma vez tinha existido...


Uma festa na cara e ao longo do braço toruxe-a das recordações. Amélia sorria para ela. tinham acabado de chegar.


- Vamos tomar uma banhoca rápida e despachar se não, jantamos às tantas. Se calhar o melhor é partilharmos o duche. Assim é mais rápido.


A perspectiva de ter Amélia com ela no duche provocou em Fá uma reacção muito diferente da primeira vez que ali chegara.


Estava já a tomar banho quando ela entrou. Sem dizer nada, ela tomou a esponja das suas mãos e começou a ensaboar-lhe as costas ao mesmo tempo que, com a outra mão, percorria os seus ombros, costas... até ao fundo, provocando-lhe um agradável formigueiro.

#8

A água tivera o dom de a acalmar. O jantar decorreu numa atmosfera de sedução generalizada a que ela não estava habituada, embora parecesse normal por ali. A sugestão de alguém de um mergulho na piscina fora algo bem recebido. Apenas o facto de ninguém usar qualquer tipo de fato de banho a fez pensar um bocadinho mas acabou por se despir completamente e se enfiar rapidamente dentro dela.

Observava Tomé e Amélia numa “cama” perto da piscina. Já notara afinidade mas o que estava a ver era muito mais do que isso.

Ele estava estendido e ela beijava-o ao mesmo tempo que lhe enfiara a mão nas calças e lhe acariciava o sexo completamente teso. Quando o tirou para fora os seus olhares cruzaram-se e ela manteve o contacto visual por um momento para imediatamente se concentrar no que ela estava a fazer.

A mão de Amélia subia e descia ao longo dele enquanto fixava os olhos de Fá que, estranhamente não conseguia deixar de olhar para aquele pénis completamente teso na mão dela que o começou a beijar.

Em vez de a chocar, aquilo estava a fazer estravasar a tesão acumulada ao longo do dia. Começou a tocar-se. Também, dentro de água podia fazê-lo sem que ninguém visse…

Amélia estava a engoli-lo até onde conseguia. O dedo de fá não parava quieto. Os espasmos sucediam-se à medida que o imaginava dentro de si…

Amélia virou-se de frente para si e passou uma perna por cima dele, levantando a saia. Brincou por momentos com a cabeça na entrada, começando gradualmente a introduzi-lo até ficar sentada em cima dele completamente “empalada”. Ondulava em ritmados movimentos de anca enquanto a sua mão alternada entre o seu clitóris e os testículos de Tomé que pareciam sair de dentro dela.

Fá já não conseguia esconder de ninguém o que estava a fazer, nem sequer se ralava com isso. Pela primeira vez na sua vida não queria saber de quem estava a olhar, o que iriam pensar, nada…

Apenas imaginava o caralho daquele estranho enterrado em si e sentia que se ia vir a qualquer momento.

Tomé veio-se quase de seguida. Amélia passou um dedo e depois nos lábios… Fá veio-se nesse preciso momento. Algo que sempre achara nojento tinha-a feito vir. Apetecia-lhe saborear também,

O que se estava a passar consigo?

#7



- Que tal o primeiro dia em liberdade?

- Um turbilhão...

- Desenvolve :)

- Como sabes estou em casa da minha amiga. É tudo novo...

- Tens alguma coisa para me contar.

- Ontem à noite depilou-me...

- Logo de entrada? Boa !!

- Foi diferente...

- ...

- Acariciou-me enquanto o fazia e no fim deu-me um beijo.

- Na boca?

- Nop...

- Onde?

- Exactamente onde estás a pensar...

- Se fosse profissional fazia um sucesso, embora um beijo em pêlos acabados de cortar não seja lá grande coisa eheh

- Não gozes...

- Não gozo. Gostaste? Deu-te tesão?

- Já estava a dar. Por isso o fez.

- Maluca!! ahahah

- Hoje viemos ter com uns amigos dela à praia.

- Que tal?

- São tão doidos como ela, ou pior. Ainda por cima, ela parece ficar mais "assanhada".

- Então?

- À tarde disse a um deles para me pôr creme...

- Foi bom?

- Sim, mas estranho. Não estou habituada a estranhos a passarem as mãos pelo meu corpo. Ainda por cima tinha umas mãozinhas...

- Deu-te tesão?

- Estava com vontade de lhe saltar para cima...

- Come-o. Estás a precisar.

- Comia-te era a ti...

- Mas eu não estou aí, por isso, quem não tem Cão...

- Os Cães é que fodem por "necessidade".

- As pessoas também, minha querida. Se calhar chegou a altura de aprenderes isso.

- Não estou assim tão necessitada.

- Estás sim. Mas só vais dar por isso na altura.

- Estão a chamar-me para jantar.

- Onde estás?

- Depois conto-te. Beijo.

- Beijo.

#6



Quando ele, depois de acabar, se dirigiu a ela, pegou no seu frasco, sem dizer uma palavra, começou a perceber que não havia brincadeiras inconsequentes naquele grupo.

A sua passividade, eventualmente interpretada como um consentimento, mais não foi do que a sua incapacidade de reagir. Ficou a olhar o infinito à espera de sentir as mãos dele nas suas costas. Deu um pequeno salto quando sentiu a loção a cair nos seus calcanhares e parte inferior das pernas. Fechou os olhos enquanto sentia as mãos dele a espalhá-la.

As suas mãos eram suaves, calmas, e pareciam "esvoaçar" sobre as suas pernas, exercendo apenas a pressão suficiente para o fim em vista. Estava habituada a que aquilo fosse um "esfreganço" rápido mas daquela vez não era e rápidamente passou a ser um prazer inesperado.

Tinha as mãos de um estranho, completamente nú, a passearem-se pelas suas pernas e a prometerem vir "por aí acima...". Fechou os olhos por um momento e deixou-se "voar". Imaginou que aquelas mãos eram as do seu "amigo" desconhecido. Sentiu-se como apenas aquele que ela nunca tinha conhecido a fazia sentir.
Por um momento passaram-lhe pela cabeça todas as etapas do processo de descoberta de si própria, conduzida por ele, pelas suas palavras escritas e mais tarde sussurradas ao telefone. Mas aquilo era real. Os dedos de Vasco percorriam as suas pernas acariciando-as, uma após outra, avançando e recuando num vai-vem que parecia propositado a deixá-la desejosa que eles subissem mais e mais.
Um arrepio percorreu-a desde aquele ponto imaginário, até à base da nuca quando ele subiu para as coxas. Já não lhe causou qualquer sensação desagradável de insegurança ou medo, apenas de prazer e de descoberta.
Deu por si a afastar as pernas para lhe permitir o acesso ao interior das coxas enquanto o seu rabo ondulava ligeiramente num impulso quase incontrolável. A humidade e o "latejar" eram evidentes naquela zona onde apenas há pouco tempo se habituara a tocar despudoradamente.

Não se sentiu "pouco à vontade" quando ele lhe puxou a cueca para o rego formado pelas nádegas e as começou a acariciar. Não queria outra coisa naquele momento. O "formigueiro" causado estava a deixá-la para lá de...

Ele "sentou-se" em cima das suas pernas para continuar pelas costas acima e aí sentiu-se "subir um nível". O pénis dele a roçar no interior das coxas combinado com as suas mãos a deslizar pela parte lateral do tronco fazia-a desejar que aquilo nunca acabasse. Os seus movimentos pélvicos provocaram-lhe uma erecção e pôde senti-lo pressionar a zona da vulva, causando novo espasmo.

Rápidamente, ele puxou-o para cima e "pousou-o" entre as suas nádegas ao mesmo tempo que as suas mãos continuavam o seu "trabalho". Ao chegar á zona do pescoço fez um pouco de pressão, ao mesmo tempo que, pela posição, pressionou a zona pélvica contra aquele cuzinho empinado .

Fá, naquele momento, só desejava estar tão nua quanto os outros, sentindo o contacto daquele estranho que a fazia desejar ser penetrada naquele preciso momento.

- "Pronto. Se depois quiseres do outro lado diz..."

Dito isto levantou-se. Quando conseguiu recuperar a "razão", olhou para trás e viu-o dirigir-se ao mar.

#5



É fácil transformar alguém desconhecido em confidente quando se tem uma enchurrada de emoções a tentarem sair cá para fora. Ele era um "ouvinte" atento e paciente e rápidamente chegou ao ponto de aguardar pela conversa com ele como o ponto alto do dia.


Depilara-se para ir ter com ele mas, à última hora não teve coragem. Lembrava o dia em que desvendara um dos seus segredos quando estavam a falar sobre o casamento dela.


- O sexo é bom?


- Não sei...


- Não sabes? Então?


- Não tenho como comparar. Nunca conheci outro...


- ...


Era uma das coisas que não se perdoava.


Foi "acordada" pelo parar do carro e por uma Amélia de sorriso rasgado.


- Chegámos.


Não via praia nenhuma. Apenas um pinhal com carros estacionados. À medida que caminhavam e descortinava o mar ao fundo sentia que se embrenhava cada vez mais numa nova realidade. E gostava disso...


Já tinha ouvido falar daquela praia mas nunca lhe passou pela cabeça que um dia lá iria. O grupo de Amélia era completamente diferente dos cinzentões e "politicamente" correctos com quem se costumava dar. Na verdade eram os amigos do marido e, comparados com aqueles, eram de outro planeta.


Deu por si no meio de um grupo em que todos estavam nús, sem qualquer pudor nem resquício de culpa. A sua "programação de base" apenas lhe permitiu tirar o top, algo que fizera uma ou duas vezes, sempre em praias onde se achava "a salvo" de alguém conhecido. Sentia dificuldade em manter uma conversa com nexo e olhar nos olhos alguém nú.


Deu consigo a observar Amélia. Os raios de Sol que lhe incidiam na pele realçavam-lhe o tom dourado. "A cavalo" sobre as suas pernas, Vasco massajava-a com creme. Sentiu-se corar um pouco a imaginar o tipo de contacto que aquilo permitia mas não conseguia deixar de olhar. Os seus olhos encontraram os dela num sorriso cumplice.


- Vasquinho meu querido. Quando acabares fazes o mesmo à minha amiga? Está demasiado preocupada em esconder as mamocas para se lembrar disso.


...

#4

Os pinheiros passavam sobre o tecto do 2CV de Amélia, completamente aberto. Enquanto o ar quente lhe acariciava o rosto, revia os acontecimentos das últimas horas. Menos de vinte e quatro horas antes rompera com a realidade dos últimos doze anos. O que a levara a fazê-lo? Exactamente naquele dia? Não sabia dizer. Sabia apenas que nos últimos tempos tinha uma sensação de estar a ver passar a vida sem a desfrutar. O afastamento gradual que vivia em casa fazia com que se isolasse no escritório a "trabalhar" enquanto "Sua Excelência" andava a fazer não sabia o quê.
Dos jogos de computador às salas de chat foi um pequeno passo. Um dia leu um artigo com o titulo "Mulheres portuguesas falam da sua vida sexual na Internet". Embora achando que isso era para quem tinha vida sexual deixou-se vencer pela curiosidade e visitou os endereços referidos.
Foi como abrir uma janela para deixar entrar ar fresco. Rápidamente se tornou visita diária, bem como dos "malucos" que as visitavam. Para ela, aquele era um mundo de fantasia. "Bebia" ávidamente os relatos das aventuras, começou a fazer um comentário ou outro, mas não mais do que isso.
A verdade é que lia coisas que mexiam consigo. A sua mente divagava um pouco como uma criança a ler contos de fadas "hardcore". O banho de realidade aconteceu quando um dia recebeu um mail: "Vejo-te mas não te encontro. Não tens blog?"
Demorou dois dias a responder mas, a partir daí...

#3

Não se sentia com coragem para cera. Não lhe passava pela cabeça algo que lhe fizesse doer. Não naquele momento. Declinou com a desculpa que lhe iria arder no dia seguinte e optou pela lâmina.

Estava habituada a esta “operação” feita num salão de estética, por uma desconhecida, normalmente durante o Verão. Este ano fizera-o em Fevereiro e “ninguém” lá em casa dera por isso. Ainda bem… Neste momento, ter alguém que iria ver no trabalho a perguntar “como a queres?” deixara-a num misto de vulnerabilidade e excitação.

- Tira só nas virilhas. Só não quero ir à praia “cabeluda”. Mais tarde logo se vê.

Amélia assim fez, um bocadinho contrariada. No entanto insistiu numa aparadela geral. À medida que os seus dedos percorriam aquela zona, Fá estava a achar aquilo cada vez mais “interessante”. As suas mãos não tinham nada a ver com as da menina do Salão. Carinhosamente desviava os seus lábios para um lado, e depois para o outro, quase como quem fazia uma festa, enquanto fazia deslizar a lâmina. Foi buscar uma pequena tesoura com a qual se pôs a aparar. Fá estava deitada para trás, descontraída, a “saborear” aquela meiguice inesperada. Os dedos dela sabiam-lhe cada vez melhor e isso notava-se… Um espasmo apoderou-se dela quando sentiu um dedo a levantar os pelos junto da fenda formada pelos “lábios”.

- Magoei-te?

- Pelo contrário. Está óptimo…

- “Hummm… Isso é bom…”

Uma festa a agradecer o elogio provocou novo espasmo.

- Esta “menina” está a precisar de atenção.

Dito isto, depositou um beijo ao de leve naqueles lábios entreabertos, e disse com um sorriso sacana:

- Acabei. Vai ver se gostas.

#2




Só ao começar a subir as escadas daquele prédio antigo na zona do “Príncipe Real” se dera conta do capítulo que tinha fechado na sua vida. Outro estava a iniciar-se. Não sabia nada sobre ele mas a expectativa fazia-a parecer uma adolescente.


Era a primeira vez que partilhava uma apartamento com alguém para além do Marco. Toda a vida tinha sido a “certinha” e, obviamente, saiu de casa dos Pais para a do marido. A virgindade? Perdera-a pouco tempo antes com o homem com quem se ia casar. Tudo certinho, politicamente correcto, exactamente como “os outros” achavam que as coisas na sua vida deviam acontecer. Estava na altura de romper com isso. Não tinha filhos, os Pais tinham falecido com menos de um ano de diferença, não tinha ninguém a quem se justificar a não ser a si própria. A sensação de vazio era suplantada pela de liberdade.


Encontrou Amélia com o jantar quase pronto. Teve tempo para arrumar a pouca bagagem que transportava e uma passagem rápida pelo duche. Na falta de um roupão enfiou uma t-shirt, uns boxers, e foi-se-lhe juntar. Encontrou-a na sala a pôr a mesa de uma forma cuidada.


- Ena! Temos festa?


- Temos. Desculpa o “cliché” mas hoje é o primeiro dia do resto da tua vida e tens de começar com estilo.


- É melhor mudar de roupa…


- Não podias estar melhor!


O jantar decorreu num misto de excitação e intimidade. Bebeu mais do que estava habituada e foi já com uma sensação de leveza que a conversa evoluiu para os seus planos futuros.


Na verdade não tinha grandes planos. O principal já acontecera. O resto viria naturalmente. Ainda não se tinha habituado à ideia de que estava por sua conta mas estava a fazê-lo rapidamente e, de cada vez que pensava no assunto, ele parecia mais interessante.


- A sério que não tens ninguém?


- Julgavas que tinha saído para ir ter com alguém? Errado.


- De há algum tempo a esta parte vejo-te mais cuidada… Diferente… Pensei que andasse alguma “ave de arribação” a fazer-te “o ninho”.


- Acho que é por começar a olhar para mim de outra forma, nada mais.


Será que não havia? Na verdade nem ela sabia.


- Isso agora não interessa nada. Temos que te dar um bocadinho de cor. Amanhã vamos à praia.


- Na verdade nem tenho fato de banho. Trouxe apenas “meia dúzia” de coisas e na pressa esqueci-me. Para além do mais, precisava de fazer a depilação…


- Aí está um belo programa para o serão!


Achava aquilo demasiada intimidade mas o sorriso dela não admitia uma nega. Pouco tempo depois deu por si a dizer:


- Acabei de sair de casa e já estou nua e de perna aberta…


Uma gargalhada meio nervosa meio ébria acabou por derrubar barreiras.

#1



A noite trazia-lhe os ruídos do Bairro Alto até à água furtada onde se encontrava, a contemplar Lisboa. Continuava linda. Já quase não se lembrava e esse reviver só agudizava o estado de excitação em que se encontrava.


De repente parecia voltar a reviver os tempos em que fazia parte daquele ruído, parecia que o tempo não tinha passado, sentia-se viva. Tinha tentado dormir mas era impossível. Tudo parecia impossível. Apenas um olhar casual para o interior do quarto onde Amélia dormia lhe dizia que não estava a sonhar.


Dormia como uma criança, despida como a noite, de preconceitos, de culpa, como só dorme alguém que está em paz.


Amélia era uma colega de trabalho relativamente recente, mas com quem tinha desenvolvido uma relação de amizade. Conheceu-a no sítio onde toda a gente na empresa ia fumar. Era uma “miúda” desprendida, dez anos mais nova. A conversa sobre o “tempo” rapidamente evoluiu para uma intimidade crescente. Foi a única pessoa da empresa a quem conseguiu dizer que estava farta da sua vida, do casamento de faz de conta e que “um dia…” Recebeu como resposta: “Quando esse dia chegar liga-me que eu não me importava nada de ter alguém com quem dividir as “contas”. A sério, se o quiseres fazer não será por não teres para onde ir”.


Aquilo andou a martelar-lhe na cabeça e na véspera, sozinha na cama às quatro da manhã tomou a decisão. Fez de conta que estava a dormir quando ele chegou. A conversa ficaria para o dia seguinte. De manhã, ao chegar foi confirmar a “disponibilidade” . Recebeu como resposta um abraço e um sorriso que lhe deram força para o que tinha a fazer nesse dia.


À hora do almoço foi a casa buscar o essencial. Queria despir-se o mais possível da última dúzia de anos da sua vida. Resolveu o que tinha a resolver na mesa de um café ao fim da tarde. Disse o que tinha a dizer, largou as chaves de casa em cima da mesa e voltou costas.


Ainda lhe parecia impossível o que se tinha passado na sua vida desde então.