domingo, 18 de dezembro de 2011

# 22


Sentada no alpendre da casa, "Fá" fumava um último cigarro e fazia o balanço dos últimos acontecimentos. A cena na praia tinha-a deixado, apreensiva por um lado, excitada por outro, não sendo fácil conciliar o sono.

Se a noção de não saber quem a tinha penetrado lhe fazia vir à tona resquícios de preconceito que fazia por afastar, por outro lado, era divertido pensar nos dois ou três "suspeitos" e imaginar quem teria sido. Decidiu perguntar no dia seguinte. Embora sem saber se o conseguiria fazer, a ideia sossegou-a um pouco...

- Não tens sono?

Vasco aproximara-se sem ela dar por isso e apanhara-a absorta nos seus pensamentos.

- Nem por isso... Estou a ver se o chamo mas não está fácil...

- Posso fazer-te companhia?

- Senta-te...

- Ainda estás a pensar na cena de há bocado?

- Estou... Quem é que participou? É estranho não saber...

- Tu e eu. O resto foram adereços. Por isso não te deixei virar a cara. Não te quis a interagir com mais ninguém. Quis-te só para mim...

- Não me vais dizer quem foi? Um, eu sei que foi o Tomé.

- Esse é  o suspeito do costume...

- E o outro?

- Não te dá tesão não saber quem foi? Ainda por cima foi bom e tudo...

- Foi? Como é que o menino sabe isso tudo?

- Porque te vieste enquanto me mamavas. Achas pouco?

- Hummmmm... 

- E porque tenho a certeza de que ela acusou a imagem que te passou pela cabeça...

A mão dele subiu pelo vestido acima para a sentir. Era um toque suave que trouxe uma sensação boa, quente...

Sentia o dedo dele a mimar-lhe o "grelinho" que já se encontrava exposto, à espera. Ao contrário do que estava habituada não era um toque invasivo, apressado. Era o de alguém que estava a saboreá-la com a ponta de um dedo e a fazê-la desejar mais. Soltou um suspiro profundo quando a ponta do dedo se imiscuiu no orifício e rodou ligeiramente.

Ajoelhando-se no meio das pernas dela, saboreou--a com uma língua ávida mas suave, quente, húmida, que lhe provocou espasmos de prazer...

O orgasmo veio rápido e violento, libertando tensões acumuladas nas últimas horas. O beijo, a saber a sí, foi terno e doce.

- Queres companhia?

- Quero. Anda...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

# 21

A sala do restaurante Nem sequer era pequena mas pareceu encher quando o grupo chegou. O jantar Não foi mais do que isso. Noutra altura do ano teriam ficado até mais tarde. Vasco,Tomé e Alice era os que mais se sentiam "em casa" naquele sitio.

Embora o ambiente fosse giro, a perspectiva da piscina naquela noite quente era bem mais interessante. As imagens de uma outra noite bailavam na sua cabeça e desta vez, "Fá" estava decidida a  participar na "festa". As mudanças que se podem operar na cabeça de uma pessoa em tão pouco tempo...

Ao contrário  do esperado, Tomé trouxe duas garrafas do restaurante, Vasco foi ao carro buscar a guitarra e o grupo, com alguma surpresa, desceu as arribas na direcção da praia. 

Na altura ainda havia uma espécie de "telheiro" rústico onde os pescadores se costumavam abrigar durante a noite. Rápidamente a fogueira foi acesa e o grupo "abancou" à volta da guitarra. O som, com o mar em fundo e a luminosidade quente da fogueira criavam um ambiente inesperado, misterioso, irreal...

Sem saber porquê ficou por perto enquanto "Vasco" ia dedilhando acordes andaluzes de uma forma descontraída. 

Amélia bamboleava-se, ao som daquela melodia inebrinte e sensual. Alice juntou-se-lhe e juntas davam toda uma outra dimensão de sensualidade à cena. As mãos percorriam-se, os lábios roçavam a pele e, rápidamente, o tronco de Amélia estava nú à luz da fogueira.

Tomé juntou-se-lhes e rápidamente as "convenceu" a ir para além das caricias timidas. Os beijos a três, as mãos ávidas acabaram muito rápidamente com ele na areia enquanto ambas o "saboreavam". Sem tirar os olhos da cena, agarrou Vasco por trás e começou a desabotoar-lhe a camisa percorrendo-lhe o tronco enquanto lhe beijava os ombros.

A guitarra foi passada para o lado enquanto que, passando para a sua frente, lhe desapertava as calças determinada a fazer o mesmo...

Foi com um sentimento de controle da situação que o "abocanhou" com alguma ternura, subindo e descendo ao longo daquele membro completamente teso e à sua disposição. À medida que o sentia palpitar eram notórios os espasmos que sentia no baixo ventre e os movimentos ondulantes que provocavam.

A sensação de controle esfumou-se no momento em que sentiu um par de mãos a subir-lhe o pouco que restava do solitário vestido de malha enquanto Vasco, segurando-lhe a cabeça e olhando-a nos olhos, a "convidava" a não olhar para trás. 

Via , pelo canto do olho, que a cena entre Tomé e as duas amigas prosseguia "animada" enquanto sentia uma glande que não identificava a abrir caminho e a invadi-la calma e compassadamente.

Continuou a engolir o membro cada vez mais teso de Vasco enquanto o seu ventre era explorado sem saber por quem. Na verdade não queria saber . A tesão que a situação lhe provocava só a fazia querer que não parasse.

Veio-se enquanto sentia aquele caralho a palpitar dentro de si, batendo no fundo de cada vez que ele o forçava e Vasco não a deixava voltar. 

Sentiu-o sair para logo a seguir entrar outro. Pelo canto do olho viu Alice com a cabeça no meio das pernas de uma Amélia deliciada. Tomé já não estava com elas.

O controle ali era tão fugaz como o reflexo das labaredas que reflectiam nos corpos...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

#20

Chegaram com O Sol a por-se. No jardim nas traseiras, Vasco, bebericava um "Gin" com uma perna pendurada da cama de rede.

- Olha a menina da praia. Nunca mais apareceste. Pensei que tivesse feito alguma coisa que te chateasse.

- Só se fosse por teres deixado o trabalho a meio. Tudo bem?

- Tenho um creme óptimo para banhos de Lua...

Fá depositou-lhe um "selinho" nos lábios acompanhado de um "Parece-me bem...".

Um banho rápido era o que lhe fazia falta antes do jantar. Enquanto sentia a água a escorrer por si abaixo lembrava-se das mãos dele a percorrer o seu corpo, da tesão mal disfarçada.

Vestiu um vestido de malha fina. Apenas...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

# 19


- Já fui "feliz" aqui e  vou ser ainda mais...

O pensamento passou-lhe num relance e provocou um sorriso. Tinha acabado de dar um passo importante na sua nova vida. Acabara de se mudar para a casa que tinha visto na semana anterior e que "tão boa impressão lhe causara". Rogério mostrara-se diligente a tratar de tudo e rápidamente estava tudo resolvido para se poder mudar.

A roupa ainda guardada nas malas iria ter de esperar. A buzina do carro de Amélia fez-se ouvir e queria dizer uma coisa: Praia com os amigos dela. O fim-de-semana (que se lixe o acordo ortográfico) prometia tornar-se "interessante".

Aquele caminho e o silêncio cumplice tinham o condão de a pôr a divagar. Tinha os últimos acontecimentos a bailarem-lhe na memória. A "cena" com o Rogério tinha-a deixado apreensiva por várias razões: Ele ganhara o hábito de lhe ligar quase todos os  dias, por qualquer razão. "Convidou-se" para a inauguração e "ameaçava" aparecer de vez em quando. Não tinha nada contra ele, pelo contrário, mas não sabia se era isso que queria. Por outro lado, o "espertalhão" do Mário ficara estranho e distante desde aí. Por vezes é fácil "picar" as pessoas quando se acha que elas não terão coragem. A coisa complica quando não é assim e ele tinha sintomas de "indigestão". Enfim... O tempo se encarregaria de resolver isso... Ou não...

Naquele momento estava decidida e gozar o fim-se-semana o melhor possível e depois se via. A reencontrada liberdade era demasiado saborosa para perder tempo com birras de um homem crescido. A recordação da visita anterior tomou-lhe conta dos pensamentos e nesse momento decidiu que, se lhe apetecesse não estaria com cerimónias. Na verdade, ninguém ali o fazia...

terça-feira, 31 de maio de 2011

# 18

A recordação da conversa veio-lhe à mente à medida que fazia o caminho pela "A5". Aquele gajo era completamente doido e ela adorava isso. Por vezes assustava-a mas até isso lhe dava tesão. Adorava quando ele quebrava as barreiras e a chocava. Gostava da forma como ele a conduzia para lá da zona de conforto, sempre um pouco mais além.

Sem dar conta, já estava a chegar ao local combinado. Tinham três casas para ver. Fá esperava que uma delas fosse adequada. Não tinha tempo nem paciência para andar a "cirandar" e ainda por cima estava a gastar "tempo de qualidade". Pediu um café e esperou por ele.

Os anos tinham acrescentado personalidade ao adolescente que conhecera. As borbulhas tinham dado lugar a umas rugazinhas que nem lhe ficavam mal nem nada. A voz era calma, grave, pausada.

Ficaram um pouco a falar no que tinha sido as suas vidas nos últimos vinte anos. Rogério, em fase de rotura com um casamento de quase vinte anos, estava, no entanto, de bem com a vida. O negócio decorria razoavelmente, tinha dois filhos, enfim, o costume...

A cumplicidade renascia a cada minuto daquele desfilar de  recordações de uma fase que parecia ter sido ontem. Devagar, pequenos toques iam surgindo, como que a testar fronteiras... Nada de especial. Apenas um bom clima.

O perigo de chuva fê-los despachar.  Entretanto o ambiente tornara-se agradavelmente descontraído. Os toques sucediam-se, os contactos, antes  ocasionais, começavam a ser provocados.Viram duas casas que não convenceram, principalmente pela dimensão. Na terceira não havia ninguém mas ele tinha a chave. Uma tensão agradável percorreu-a pelo facto de se encontrarem sozinhos, ao mesmo tempo que a conversa dessa manhã vinha de novo à memória. Era uma moradia antiga, térrea, relativamente pequena. Agradou-lhe no primeiro olhar. Estavam a discutir as  condições do aluguer quando a chuva prometida apareceu. A tipica chuva de Verão. De repente, uma enorme bátega de água começou a cair.

- Ainda bem, pelo menos ficas já a saber se chove cá dentro.

- E fico a saber se gosto dela numa tarde de chuva, com uma boa companhia...

- Estás à altura das tuas provocações?

- E tu? Estás à altura das tuas?

Deu por si encostada à parede ao lado da janela enquanto ele a beijava sofregamente, as suas mãos a percorriam ao mesmo tempo que sentia o seu "entusiasmo" crescer por baixo das calças finas. Procurou-o com a mão. Estava completamente teso e oferecia-se.

Fugindo a esse contacto, ele baixou-se, levantou-lhe a saia percorrendo a zona das virilhas com a lingua. Ao desviar a cueca,a sua lingua imiscuiu-se nela, molhada de desejo e começou o bailado que ela desejava.

Evitando um orgasmo que queria retardar puxou-o para cima baixando-se por sua vez ao mesmo tempo que lhe abria as calças e retirava para fora aquele membro que chamava por si. Percorreu-o com a lingua de cima a baixo, acabando por o "engolir". Sentia-o palpitar na sua boca enquanto saboreava a "baba" que ele ia largando. 

Sentindo que ele não aguentava muito mais e ela também não, apoiou-se na janela oferecendo-lhe as nádegas.

Rápidamente sentiu-o a entrar, sem cerimónias, de sacão. A cada estocada sentia-se invadida por aquele pénis sequioso de si, exposta, indefesa perante a tesão daquele homem reencontrado.

Deu por si a ver a cena como se estivesse de fora. Apoiada no parapeito da janela, via as pessoas passarem na rua a correr, sentia as mãos dele a agarrarem-lhe as ancas como um torno puxando-a para sí ao mesmo tempo que ouvia os seus gemidos de prazer de cada vez que a penetrava completamente e, em fundo, o telemóvel na sua bolsa aberta: "Estou sim? Estou?"...

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

# 17


- Bom dia! Então o que foi feito da senhora esta noite? Pensei que se tinha mudado sem me dizer nada...

- Não sejas parva. Fui jantar com um amigo, bebi demais e acabei por ficar...

- Como te compreendo... O alcool também me ataca as pernas.

- Então?

- Abrem-se!! Não sejas sonsa e conta mas é o que aconteceu. Foi com o teu amigo misterioso?

A entrada de Amélia "acordou-a" do torpor em que se encontrava ao recordar a noite anterior. Não lhe era fácil falar disso. Passava-lhe pela mente o tempo que esteve à espera dele, nua, na varanda, a sentir o ar morno a acariciá-la, a forma como se começou a acariciar e acabou por se masturbar,o embaraço quando,só no final, se apercebeu da presença dele...


- Conta!!

- A seu tempo. Agora deixa-me trabalhar, ou pelo menos fazer de conta. Tenho a cabeça "em água".

- Pronto... Já vi que não estás para partilhas. Depois falamos...

Amélia saiu do gabinete com um sorriso nos lábios apesar do ar ofendido que tentou ensaiar. 

Fá não queria melindrá-la, mas não estava preparada para lhe contar de rompante o que se tinha passado. Pegou no telemóvel e marcou o número.

- Serviço de acompanhantes, bom dia!!

- ...

- Com quem tenho o prazer de estar a falar?

- Sou eu...

- Por "Eu" entenda-se a senhora que hoje de manhã saiu sem pagar?

- Que queres dizer com isso?...

- Saíste sem dizer nada. Já que me trataste como uma puta devias ter deixado uma nota na mesa de cabeceira. A partir de agora pagas adiantado.

- Pensava que eu é que era a puta. Dei-te uma "borla" e ainda te queixas?

- Apareces hoje?

- Vou ver a agenda, depois digo-te.

A conversa fê-la lembrar de um compromisso que tinha para essa tarde. Na verdade, embora se desse muito bem com Amélia, sabia que a sua situação lá em casa era temporária e estava à procura de um canto a que chamar seu. um "amigo" de longa data, agente imobiliário estava a ajudá-la.

- Na verdade tenho um compromisso ao fim da tarde  e não sei a que horas chego. Vou ver uma casa.

- Vais ter com o teu ex-namorado?

- Como é que sabes isso? Falei-te no assunto?

- Falaste e parece-me bem que faças isso.  Apetece-te comê-lo?

- És muito "filho da puta"...

- Combinamos o seguinte: Se o comeres, ligas-me e deixas-me ouvir.

- Cabrão!!